Como lucrar as novas indulgências? (Especial Covid-19, #9)

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Inspirai, ó Senhor, as nossas ações e ajudai-nos
a realizá-las, para que em Vós comece e para Vós termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo Senhor Nosso. Amém. Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Muito bem, meus queridos, nós estamos aqui
e hoje gostaria de falar para vocês a respeito das indulgências plenárias que foram concedidas
pela Santa Sé a todos os fiéis e outras pessoas, que nós vamos comentar também,
afetados pelo COVID-19, comumente conhecido como coronavírus. Então, o que foi esse decreto de indulgências
que a Santa Sé publicou no dia 19 de março, dia de São José, próximo passado. Veja, em primeiro lugar, só pra dizer, muita
gente já comentou a respeito desse decreto, está na internet bem divulgado, pessoal já
viu do que se trata. No entanto, eu vejo que alguns fiéis tem
dificuldade de ler o decreto porque o decreto, claro, é uma realidade que a gente precisa
ler sabendo direitinho que aquilo lá é um documento jurídico, então, as coisas não
são assim confusas, e tem muita gente confundindo as várias concessões que, na realidade,
são três novas concessões e uma quarta que já estava lá no Manual das Indulgências. Bom, antes de explicar essas novas concessões,
eu gostaria de lembrar o que é uma indulgência, porque também aí tem muita confusão, o
que nós católicos cremos e essa é a verdade dos fatos, nós cremos o seguinte, veja, número
01: a humanidade tal qual ela se encontra por causa dos seus pecados, a humanidade está
condenada ao inferno, ponto. Esse é estado “de inércia” de no qual a
humanidade se encontra, quer dizer o seguinte, se você não fizer nada para ser salvo, você
vai ser condenado, agora, Nosso Senhor Jesus Cristo abriu um caminho, um caminho pelo qual
nós podemos e devemos passar, Ele se referiu a esse caminho como “porta estreita”, é necessário
crer Nele, e pela recepção dos sacramentos, que basicamente é o sacramento do Batismo
e depois do Batismo, a Confissão, pela recepção dos sacramentos, receber o perdão dos pecados
para nós sermos salvos. Essa é a coisa. Então, quem crer e for batizado será salvo,
quem não crer será condenado, essa palavra não é uma palavra inventada pelo Padre Paulo
Ricardo, é uma palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele diz: “Esforçai-vos para passar
pela porta estreita porque amplo, espaçoso é o caminho que leva à perdição. Muitos tentarão passar e não conseguirão”
e quem diz isso não é um teólogo pessimista da Idade Média, não é um Savonarolla, digamos
assim, que com o seu discurso inflamado fala da das chamas eternas, quem diz isso o Amor
que se fez carne, a Misericórdia infinita de Deus feita homem, chama-se Jesus Cristo,
Ele está dizendo: “Muitos tentarão e não conseguirão”. Então, a primeira coisa, nós precisamos
do perdão dos pecados, isso não é a indulgência, perdão dos pecados é uma coisa, a indulgência
é outra coisa, o perdão dos pecados é o seguinte, você precisar estar arrependido
de todos os seus pecados mortais e receber o perdão da forma ordinária que a gente
tem que são os sacramentos. Existe sim a possibilidade da pessoa receber
uma graça extraordinária que é a contrição perfeita, mas a prudência, o ensinamento
dos Santos Padres, da Igreja diz não arrisque, se você pode receber, ou seja, se você não
tem jeito, faça uma contrição perfeita, mas se você tem jeito, faça uma contrição
que, se Deus quiser, será perfeita, faça uma contrição, mas se você tem jeito e
se você tem como buscar o perdão dos pecados, então, se confesse, receba, se você não
é batizado, seja batizado, se você já é batizado se confesse e, no caso de doença
em artigo de morte, receba a Unção dos Enfermos, que era conhecida como extrema-unção. Bom, este é o caminho para o perdão dos
pecados, esse é o caminho que, digamos assim, que divide a humanidade entre dois grupos,
aqueles que vão ser salvos e aqueles que serão condenados, ponto, só tem essas duas
ou é ou não é, ou é salvo ou é condenado. Agora, aqueles que serão salvos, ou seja,
que estão em estado de graça, essas pessoas quando morrem, não vão necessariamente para
o céu diretamente, quem está já em estado de graça e salvo na hora da morte, felizmente,
num número assim assustador, a maioria vai para o purgatório, ao invés de ir direto
para o céu. Então, como a gente faz para não ir para
o purgatório e ir direto para o céu, bom, tem duas formas, uma é através da minha
oração, da minha penitência, da minha santidade pessoal, das minhas ações pessoais, etc.,
eu ir purificando já aqui nessa vida e aumentando os meus méritos, etc., para então não passar
pelo purgatório. Mas a Igreja, bondosa mãe, vem em socorro
dos seus filhos e diz assim: “Eu não quero que vocês fiquem aí pedalando sozinhos,
fazendo esforço sozinhos”, a Igreja vem em nosso socorro e diz: “Vamos pegar, como nós
somos um só corpo”, ou seja, o Cristo, cabeça, Nossa Senhora, os santos, tem tantos méritos,
eles fizeram tantas coisas, tantas obras boas, bonitas, maravilhosas, então, nós vamos
pegar e apoiar vocês aí para que quando vocês, vamos supor que a gente estivesse
num navio ou num barquinho, uma remada sua faz com que o barco ande, mas se você der
uma remada indulgenciada o barco vai bem mais longe porque tem mais gente remando, entendeu? A ideia da indulgência é essa, ou seja,
você rema, mas o efeito da sua remada é potenciado por outros remos invisíveis que
são Jesus, Nossa Senhora, os tesouros da Igreja que vão rezando, que vão remando
junto com você, aí a gente chega mais rápido no céu, essa é questão da indulgência. Então, a indulgência ela vale para aquelas
pessoas que, salvas, salvas, precisam se purificar para entrar no céu logo, sem passar pelo
purgatório. É isso que é a indulgência. Esclarecido o que é indulgência, desculpem
essa longa introdução, mas é que se a gente não diz o que a Igreja concedeu a pessoa
fica achando que focinho de porco é tomada, desculpe a expressão, confunde alhos e bugalhos. Então a Igreja fez três novas concessões. As três novas concessões consistem no seguinte,
primeira concessão: para aquelas pessoas que foram afetadas pelo coronavírus, então,
essa é a primeira coisa, é a pessoa que está doente de coronavírus, não está doente
de coronavírus, eu não estou falando com você por enquanto, por enquanto, tem outras
pessoas, mas primeiro, são as pessoas afetadas por coronavírus, “submetidos ao regime de
quarentena por ordem da autoridade sanitária em hospitais ou em suas próprias casas”,
então estas pessoas com o coronavírus que recebem essa indulgência plenária que estão
falando aqui são as pessoas em quarentena ou em hospital ou na casa, ou internadas em
tratamento ou estão em casa, tanto faz, mas em quarentena. Elas recebem indulgência plenária da seguinte
maneira: “Participando da Missa através dos meios de comunicação ou”, aí vem, pela
interpretação que está aqui no texto, não foi publicado ainda o decreto em latim, foi
publicado o decreto somente, eu só tive acesso em italiano, em italiano e em português,
o que está aqui no texto é: “Missa pela televisão”, Missa nos meios de comunicação,
“o terço nos meios de comunicação, a Via-Sacra nos meios de comunicação ou outras formas
de devoção nos meios de comunicação”, sempre meios de comunicação. Aí, outra hipótese, ou então simplesmente,
aí facilitou, “recitar um Creio, um Pai Nosso e uma Ave Maria”, então é uma facilidade
para quem está com o coronavírus em quarentena, claro, qual é a ideia da Igreja ao colocar,
eu estou supondo aqui, a ideia da Igreja ao colocar essas pessoas nos meios de comunicação
participando da Missa, do Rosário, da Via-Sacra, etc., a finalidade da Igreja aqui é fazer
com que as pessoas não se sintam isoladas porque o estado espiritual de isolamento de
uma pessoa em quarentena pode ser muito grande, então a Igreja Mãe quer que as pessoas se
sintam realmente unidas ao resto da Igreja que reza com elas e por elas. Mas, se não tiver condições, vamos supor,
você está em estado de isolamento realmente, se você não tem meios, basta rezar um Creio,
um Pai Nosso e uma Ave Maria, acabou. Todas essas coisas diz “oferecendo essa provação
com espírito de fé em Deus e de caridade para com os irmãos”, você vai dizer assim:
“Mas, padre, tudo bem, mas e as chamadas “condições habituais?”, as condições habituais para
a indulgência plenária são Confissão, Comunhão e oração pelo Papa, não é isso? Sim, a Igreja é tão bondosa que pegou para
as pessoas que estão com o coronavírus ela chegou e disse basta que elas tenham uma vontade
de cumprir essas três condições um belo dia. Então você está com o coronavírus, está
em estado de graça, reza um Pai Nosso, um Creio, um Pai Nosso e uma Ave Maria, pronto,
indulgência plenária com a vontade de um belo dia, quando puder, fazer as três coisas
que é comungar, confessar e rezar pelo Papa, olha que facilidade. Esse é o primeiro grupo, são das pessoas
que contraíram realmente a doença, agora, estas mesmas coisas servem para “os profissionais
de saúde, para os familiares e outros, que a exemplo do bom samaritano, expondo-se ao
risco do contágio, assistem os infectados pelo coronavírus”, então, as pessoas que
não estão contaminadas, graças a Deus com o coronavírus, mas que por amor a esses infectados,
estão se expondo a esse risco, porque são profissionais de saúde, porque são familiares
e tantos outros bons samaritanos, a Igreja também concede a indulgência plenária nessas
mesmas condições, pelos meios de comunicação social, Missa, terço, Via Sacra ou outros
atos de devoção ou então, ou então, somente um Creio, um Pai Nosso, uma Ave Maria e a
intenção, o voto de um dia fazer o resto das três condições. Olha que coisa linda, a Igreja abre as portas
mesmo, indulgência plenária. Mas precisa estar em perigo de morte? Não, gente, ninguém está falando de perigo
de morte, o decreto não fala de perigo de morte, fala simplesmente essas duas categorias
de pessoas, os infectados com o coronavírus e as pessoas que correm o risco de contágio
porque são bons samaritanos. Muito bem, então aí já temos duas concessões,
qual é a terceira concessão? A terceira concessão é os fiéis, em geral,
os fiéis em geral que implorarem, vou ler o decreto: “implorarem a Deus Todo Poderoso
a cessação da epidemia, o alívio dos que estão aflitos e a salvação eterna de quantos
o Senhor chamou à Sua presença”, então, a Igreja concede indulgência plenária para
você, simples fiel, se você simplesmente rezar pelas pessoas que estão sendo afetadas
por essa confusão toda, ou seja, os que contraíram a doença, seja aqueles que morreram, para
que saiam logo do purgatório e vão para o céu, seja pela cessação da epidemia,
mas aí isso para todos os fiéis, em que condições, aí vem, pronto, terceira concessão
é para todos os fiéis que rezarem nessas intenções com as seguintes obras: “ou uma
visita ao Santíssimo Sacramento ou adoração eucarística”, você supondo aqui a diferença
entre uma visita ao Santíssimo Sacramento e uma adoração eucarística, é que na adoração
eucarística o Santíssimo está exposto, “Ah, padre, não tem, na minha região as
Igrejas estão fechadas”, “ou a leitura das Sagradas Escrituras por ao menos meia hora
ou a récita do Santo Rosário”, Santo Rosário aqui se supõe aqui que seja o terço, não
é o Rosário inteiro, “ou o piedoso exercício da Via Crucis”, ou seja, a Via Sacra, “ou
a récita do Terço da Divina Misericórdia”. Então é interessante recordar aqui o Terço
da Divina Misericórdia, porque as palavras que inspiraram o Terço da Divina Misericórdia
foram dadas a Santa Faustina, que está lá no Diário dela, são palavras quando um Anjo
da ira divina, ia punir uma cidade por causa dos seus pecados e Santa Faustina rezando
por aquela cidade não conseguia que o Anjo se detivesse, aí Deus inspirou as palavras
para ela, que são as palavras do Terço da Divina Misericórdia e o Anjo foi se afastando,
então, o Terço da Divina Misericórdia é um instrumento maravilhoso neste momento de
epidemia. O decreto fala que esses fiéis podem receber
a indulgência plenária “nas mesmas condições”, a gente supõe aqui que sejam as mesmas condições
lá de cima, ou seja, se não está dando para você confessar, comungar e rezar pelo
Papa, que você tenha a vontade de cumprir isso um belo dia, então, isso é concedido
também para os fiéis, vejam que a Igreja está querendo potenciar a oração de todos
para o fim desta epidemia, pelo alívio dos que sofrem e pelas almas do purgatório. Essas são as três concessões novas, agora,
tem uma quarta concessão que a Igreja bondosamente nos recorda, mas ela já estava lá no Manual
das Indulgências, no número 12, que é o seguinte, é a indulgência plenária no momento
da morte, isso é um negócio que você precisava saber para a sua vida inteira, não somente
agora no momento de pandemia, eu vou ler o que está escrito aqui: “A Igreja concede
aos fiéis a indulgência plenária no momento da morte, desde que se esteja devidamente
disposto e se tenha recebido, se tenha recitado habitualmente durante a vida alguma oração,
nesse caso, a Igreja supre”, supre, “as três condições habituais necessárias”, Comunhão,
Confissão e oração pelo Papa, “e para alcançar essa indulgência recomenda-se o uso do Crucifixo
ou da Cruz”, então se na hora da morte, o ideal é que seja com o crucifixo, mas você
não tem um Crucifixo, não tem problema, basta você, na hora da morte, estar disposto
a receber essa indulgência e a Igreja supre tudo e, veja só, a única condição é que
“durante a vida tenha recitado habitualmente alguma oração”, veja como é importante
ter o hábito da oração. Então, esta é uma indulgência que está
lá, que a Igreja, Mãe bondosa, quer abrir a todos os fiéis na hora da morte. Vejam, as três concessões novas não tem
nada a ver com a hora da morte, tem a ver com o coronavírus, e se Deus quiser, evidentemente,
o número de mortes será muito pequeno, mas a indulgência plenária aos fiéis no momento
da morte vale com o coronavírus, sem o coronavírus, com qualquer coisa, isso vale sempre, mas
é importante saber disso. Então, que Deus nos abençoe nesse momento,
temos missão aí, gente, a Igreja está nos dando a missão de cuidar dos doentes como
bons samaritanos e de rezar pela cessação da epidemia, pelo alívio dos que estão sofrendo
e pelas almas do purgatório. Deus abençoe você. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

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