O coronavírus, Santa Jacinta Marto e a gripe espanhola (Especial Covid-19, #2)

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Inspirai, ó Senhor, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em Vós
comece e para Vós termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.
Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Muito bem, nós estamos gravando aí uma série de vídeos sobre esta pandemia
do novo coronavírus, esse é o segundo vídeo e eu gostaria de falar agora a respeito de
Santa Jacinta Marto. Deus tem as suas datas e eu não quero fazer aqui numerologia, não
é isso, mas este ano nós celebramos no dia 20 de fevereiro, 100 anos do piedoso e santo
falecimento de Santa Jacinta Marto num hospital de Lisboa. E Santa Jacinta foi vítima de
uma pandemia da época dela, não era um coronavírus, mas era um vírus do tipo, uma variação
do tipo H1N1 que nós já conhecemos. Deixa eu contar um pouco a história desta pandemia,
pra gente chegar em Santa Jacinta que foi afetada nos pulmões, exatamente como o coronavírus
está afetando as pessoas e como nós devemos invocá-la no meio desta, desta crise. Santa
Jacinta, as pessoas não estão lembrando dela, mas ela deve ser a grande estrela intercessora
nestes momentos de necessidade. Vejam só, Santa Jacinta padeceu de gripe espanhola,
eu fui fazer uma pesquisa já faz alguns dias que olhei, tem vários vídeos mostrando longamente
a questão da gripe espanhola, no Youtube, com detalhes, aí eu fui ver artigos, livros,
etc., para entender um pouco o que foi essa gripe espanhola. Existe uma controvérsia
a respeito de qual é a origem da gripe espanhola, uma das teses é que a coisa teria começado
nos Estados Unidos, ou seja, nas fazendas, foi uma gripe “suína”ou aviária, H1N1, que
foi contraída por fazendeiros dos Estados Unidos que, recrutados para a 1ª Guerra Mundial,
foram treinados num campo de militares no Kansas e ali parece ter sido o primeiro lugar
em que a coisa se desenvolveu. Essa é uma das teses, uma das possibilidades. O fato
é que os americanos, os soldados americanos foram para a guerra, ali começou a se disseminar
a gripe, existe uma outra tese de que a coisa teria vindo da China novamente, porque os
chineses já tinham, digamos, anticorpos com relação a esse tipo de vírus, mas, seja
como for, uma coisa é muito certa, os soldados foram a grande ocasião de transmissão da
doença, porque, é evidente, você tem tropas inteiras sendo movimentadas de um lado para
o outro, uma tropa inteira contaminada de vírus vai transmitindo, vai transmitindo,
etc., e por que se chamou de “gripe espanhola”? Eu achava que o nome era somente casual e
popular, mas o que acontece é que era tempo da 1ª Guerra Mundial, vocês se lembrem que
Nossa Senhora de Fátima apareceu em 1917, durante a 1ª Guerra Mundial, e essa pandemia
dessa gripe espanhola surgiu em 1918, que era também durante a guerra, estava acontecendo
a guerra. Nessa circunstância toda de guerra, a Espanha era um país neutro. E sendo a Espanha
um país neutro, as pessoas começaram a morrer de gripe e os jornais espanhóis noticiavam,
enquanto os outros países estavam em guerra, as pessoas morriam de gripe, mas ninguém,
era tudo censurado, não era noticiado, porque, claro, está em guerra, você vai mostrar
uma fraqueza, que está todo mundo morrendo do seu lado, então estavam escondendo, na
verdade, que havia a pandemia. Acontece o seguinte, todo mundo sabe que a 1ª Guerra
Mundial foi uma guerra atroz, uma guerra terrível, sangrenta, foi a “Grande Guerra”, até que
não veio a 2ª Guerra Mundial, que foi pior ainda. A 1ª Guerra Mundial matou mais de
10 milhões de pessoas. O problema é que a gripe espanhola matou pelo menos 50 milhões,
alguns falam de 100 milhões e se coloca, talvez, como estatística exagerada, mas se
foi 100 milhões, a gripe matou 10 vezes mais que a guerra. As coisas, assim, se você vai,
se você segue, eu não vou entrar aqui na questão das trincheiras, porque vocês imaginam
esses pobres desses soldados que já estavam morrendo nas trincheiras com pé-de-trincheira
que era uma frieira que dava nos pés, as condições de saúde horríveis, não tinha…
a pessoa estava lá na trincheira, faz suas necessidades, vem a chuva, lava as necessidades
para dentro da trincheira outra vez, soldados morrendo com febre, aquela gripe, o contágio,
milhares e milhares de pessoas, de soldados morreram e os civis começaram a morrer também
com essa história da gripe espanhola. Só para iluminar as atitudes dos nossos dias,
como sempre, como também nos dias de hoje, em 2020, se você vai ver os vídeos que falam
de como é que a gripe espanhola, quiseram conter a gripe espanhola nos Estados Unidos,
nos Estados Unidos a gripe espanhola matou 600 mil pessoas, pelo menos, mais de meio
milhão de pessoas. Como as autoridades locais começaram a tratar a história da gripe espanhola?
O que acontece? Leniência, “não, não precisa, pra que isso tudo, vai prejudicar a economia”,
não sei o que, não sei o que. Na cidade de São Francisco, naquela época, a cidade
de São Francisco, como estava no Oeste, já ficou preparada e barrou as coisas todas,
antes de chegar a gripe já estava todo mundo usando máscara, então São Francisco conseguiu
deter a gripe. Infelizmente, quando eles acharam que tinha passado a gripe, aliviaram na precaução
e aí todo mundo ficou doente, não adiantou nada, mas, tudo bem. Serve a lição para
dizer como a coisa, a história se repete, o que nos interessa nessa história toda é
que essa gripe espanhola teve uma característica diferente da nossa, da que estamos vivendo
agora, essa pandemia do coronavírus, o coronavírus já foi comprovado estatisticamente que tem
afetado mais as pessoas de idade, ou seja, afeta quase nada as crianças, um pouco os
jovens, mas muito as pessoas de mais idade. A gripe espanhola não. Ela teve uma característica
muito estranha para gripes que é o fato que ela afetou os jovens, pessoas de 20 a 40 anos,
nenhum vírus se comporta assim, mas existem várias teorias de como é que, por que isso
aconteceu, deixa isso lá para os historiadores da medicina, estudiosos, não nos cabe isso
daqui, mas o fato é que esta gripe espanhola realmente também atingia os pulmões. Como
as pessoas não sabiam como lidar, você vê fotos da época, os hospitais, as pessoas,
camas, tudo bem que colocavam uma divisória entre as camas, de pano, mas todo mundo respirando
o mesmo ar, tudo alegremente, feliz da vida, é compreensível que, diante da falta de
precaução e dos estudos da época que muita gente tenha morrido mesmo. Estou dizendo isso
por quê? Porque, embora a finalidade do nosso vídeo aqui seja espiritual, é um bom, é
bom saber um pouco de história porque a gente, a espiritualidade tem que ser muito baseada
também numa leitura racional dos fatos. A gripe espanhola atingiu a população mundial
e atingiu também São Francisco e Santa Jacinta Marto. Santa Jacinta foi levada para o hospital
de Lisboa, chegou lá o hospital não estava pronto, ela ficou primeiro na casa de uma
senhora, depois foi para um orfanato, que hoje é um mosteiro de clarissas, lá perto
da Basílica da Estrela, mas, como Santa Jacinta reagiu diante da tragédia daquela doença?
Nossa Senhora tinha pedido penitência, para quê? Para reparar as ofensas feitas a Deus
e para obter a conversão dos pecadores, e Santa Jacinta realmente soube aproveitar essa
doença pela conversão dos pecadores, Nossa Senhora apareceu a ela e disse que ela estava
pronta para ir para o céu, Nossa Senhora já tinha dito nas aparições que ela viria
buscar Francisco e Jacinta, Lúcia ficou muito triste com isso, coitadinha, porque ia ficar
aqui na terra com a gente, porque uma vez que você viu Nossa Senhora, não tem mais
nada que te atraia aqui nesse mundo, o que você vai fazer neste mundo uma vez que você
viu Nossa Senhora. Nossa Senhora diz que a Jacinta que ela está pronta pra ir para o
céu e Jacinta aceita oferecer as suas dores pelos pecadores, para salvar os pecadores.
Então vocês imaginam aqui a medicina de 1920, os médicos, no hospital de Lisboa,
estavam convencidos que podiam salvá-la, a menina – que não tinha ainda completado
dez anos de idade – teve que se submeter a uma cirurgia, mas a anestesia naquela época
era uma coisa muito precária, eles não podiam dar toda a anestesia que precisava senão
ia matá-la, então, com uma anestesia pela metade, que não pegou muito, lhe tiraram
duas costelas para poder ter acesso aos pulmões e injetar ao redor dos pulmões um medicamento
que, evidentemente, era uma tortura, um martírio, uma coisa tremenda, de dor nos pulmões, na
tentativa de salvá-la de que ela fosse resgatada. Vejam, meus queridos, essa menina, que sabia
que nada daquilo ia adiantar, Nossa Senhora tinha dito para ela: “Se você for lá, vai
morrer mesmo assim, mas você vai se oferecer para converter os pecadores”
e Santa Jacinta então aceita. As enfermeiras, muitas delas afastadas da religião, da fé,
ficaram edificadas com a bravura, com a coragem, com a grandeza extraordinária daquela menina.
Então, são 100 anos desses acontecimentos e, para Deus não há coincidências, ela
entregou sua belíssima alma a Deus no dia 20 de fevereiro de 1920. No dia 20 de fevereiro
de 2020, nós já estávamos com a pandemia e ela, portanto, é uma luz, uma intercessora,
para todos os aflitos, todas as pessoas necessitadas nesse momento, se agarrem com Santa Jacinta
e Nossa Senhora de Fátima. Agora, é importante recordar o seguinte: que estas coisas, estas
doenças, epidemias e tragédias são uma grande ocasião de crescer na virtude, de
nós sermos os santos que Deus quer que nós sejamos, muitas pessoas estão sofrendo, como
Santa Jacinta sofreu. Você talvez não esteja, não esteja contaminado com o coronavírus,
você ainda não contraiu a doença, ninguém da sua família contraiu a doença, mas você
está em casa privado da Missa, mas você não está privado de Deus, você não está
privado da fé, você não está privado da graça. Você pode amar. Você pode amar.
Santa Jacinta morreu sem a consolação do Viático, ela tinha comungado dias antes,
mas, no hospital, quando finalmente estava muito mal e viam que ela ia morrer, ela pediu
um sacerdote, o sacerdote veio, ouviu a confissão dela e como já era tarde, prometeu que iria
voltar no dia seguinte para lhe dar a comunhão, naquela noite ela morreu antes de comungar.
Então, são coisas assim que a gente se une aos santos, você não tem a comunhão eucarística?
Faça a sua comunhão espiritual, se una aos santos, cresça, cresça, é o momento realmente
da gente ter essa fé maior. Vejam, nós precisamos aqui compreender que esses intercessores no
céu estão, não somente nos dando exemplo, mas estão pedindo junto conosco a graça
e a força necessária para vivermos a vida de Cristo. Jacinta, no leito do hospital,
não é Jacinta, Jacinta no leito do hospital é o Cristo, é o Cristo que se entrega pela
redenção do mundo e ela, como São Paulo, pode dizer como todos os santos podem dizer:
“Vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim”. É isso que Deus espera de nós nesse
momento de pandemia. Deus abençoe você. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Amém.

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui

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